Medina Carreira defende que os três principais partidos já deviam ter grupos de trabalho para tentar perceber como é que as medidas acordadas com a "troika" podem ser aplicadas.
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Em declarações à TSF esta segunda-feira, o ex-ministro das Finanças defendeu que os três principais partidos deviam «conjuntamente» estar a tratar das medidas, porque «não é fácil, havendo eleições a 5 [de Junho], haver medidas em Julho».
Este alerta surge depois de se saber que algumas das medidas do memorando de entendimento assinado com a "troika" foram antecipadas em alguns meses.
«Já devia haver grupos de trabalho promovidos pelos três principais partidos para ter as medidas feitas tão depressa quanto possível»,mas «é claro que não acredito em nada disso», disse, frisando que «em Portugal organizar uma coisa desta maneira» não é comum.
Desta forma, avisou Medina Carreira, «vai ser dificílimo cumprir» o acordado com as entidades estrangeiras responsáveis pela ajuda externa a Portugal.
«Medidas capazes e pensadas com fundamento exigiriam grupos de trabalho que estivessem já a prepará-las», reforçou.
Sobre a campanha para as eleições, o antigo governante considerou que estamos perante uma «tourada».
«Não interessa nada o que se está a passar. Estamos habituados a ser entretidos com este espectáculo indecoroso», comentou, lamentando que os partidos pareçam poucos preocupados em cumprir as medidas.