O Sistema de Mobilidade de Coimbra começou a funcionar ao fim de 30 anos de espera
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Ao fim de 30 anos de espera, o Sistema de Mobilidade de Coimbra começou a funcionar esta sexta-feira. Para já apenas num circuito de cerca de cinco quilómetros na cidade de Coimbra. No final da primeira viagem, os passageiros mostravam-se satisfeitos com o novo transporte.
O primeiro veículo saiu da estação da Portagem, no centro da cidade, em direção à estação do Vale das Flores, às 10 da manhã. Leonilde Simões e José Avelar, foram os primeiros passageiros a subir a bordo.
“Viemos analisar, gostamos de ver. E acho que, pelo que estou a ver, está favorável”, contava Leonilde Simões à TSF, já quase no final da viagem.
O percurso de cerca de 15 minutos, com 10 paragens, agradou também a José Avelar, considerando que é “uma vantagem para quem mora em Coimbra”.
A operação preliminar estende-se esta sexta-feira até às 18 horas, sendo que, a partir de sábado, funciona das 8 às 20 horas, incluindo aos fins de semana. As viagens são gratuitas.
Foi também a curiosidade que levou Jorge Nunes a experimentar o metrobus. “Dentro do possível, estou satisfeito. É muito melhor que os outros autocarros”, afirma.
Jorge Nunes salienta que o novo meio de transporte é “confortável”, adiantado que Coimbra “já precisava”. “Precisa mais, senão qualquer dia estamos a ser ultrapassados, aliás já fomos, por muitas cidades”, salienta.
No final da viagem, e antes do regresso à estação da Portagem, Fernando Sequeira, ao lado da mulher, Alexandrina, mostrava-se agradado, apontando apenas um “contra” nas rotundas da Solum. “Faz parar o trânsito, de modo que, nas horas de ponta será difícil para os automobilistas circularem, penso eu. Mais, está tudo bem. É uma linha dedicada, ótimo, e é rápido”, acrescenta.
João Marrana, presidente da Metro Mondego, aponta que um dos objetivos da operação preliminar que arrancou esta sexta-feira é “pôr o sistema a funcionar com passageiros, com veículos, com infraestrutura, com sistemas técnicos a serem testados massivamente”. “Nós fazemos testes de cada uma destas coisas, mas interessa-nos fazer testes massivos para fazer afinações”, afirma, adiantando que há também interesse que “as pessoas vão aderindo”.
A Metro Mondego espera que, até ao final do ano, o metrobus chegue a Serpins, na Lousã. No primeiro semestre do próximo ano, deverá ser estendido à estação ferroviária de Coimbra B e, até do final do ano, deve estar concluída a linha até ao Hospital Pediátrico.
Segundo o Ministério das Infraestruturas e Habitação, o SMM representa um investimento de 220 milhões de euros. Este foi um projeto que tem tido atrasos, alterações e suspensões ao longo de mais de 30 anos. Implicou o fecho do ramal ferroviário da Lousã. Seria retomado, em 2017, pelo Governo de António Costa que reformulou o projeto, mantendo o mesmo traçado e substituindo o metropolitano pelos autocarros elétricos articulados.
