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É expectável que existam atrasos e supressões na circulação de comboios esta quarta e sexta-feira
Os efeitos da greve geral, convocada para quinta-feira, começam a fazer-se sentir já na véspera da paralisação. Prova disso mesmo é o serviço prestado pela Comboios de Portugal - CP, que tem sido afetado por atrasos e supressões. A greve ao trabalho suplementar e a incapacidade de fechar escalas por falta de trabalhadores explicam esta realidade.
O gabinete de comunicação da CP já confirmou constrangimentos nos serviços e, contactado pela TSF, remete para os efeitos das escalas de serviços.
Quem identifica outras razões para a situação atual é o presidente do Sindicato Nacional dos Maquinistas, António Domingues, que explica que as paralisações já estão a acontecer em véspera da greve geral, sobretudo pelo facto de estes trabalhadores estarem a fazer greve ao trabalho suplementar.
"Há greve ao trabalho suplementar hoje [quarta-feira], amanhã e depois [sexta-feira]", adianta, em declarações à TSF.
António Domingues sublinha, então, que o impacto é "transversal a todo o país". Mais ainda, aponta que a falta de trabalhadores tem impedido o fecho das escalas, o que tem consequências diretas nas viagens de longo curso.
"Todos os comboios que são suprimidos no dia de hoje [quarta-feira] e no dia 12 [sexta-feira] são reflexo da falta de trabalhadores, neste caso de maquinistas na empresa", acrescenta.
O sindicalista argumenta ainda que, pelo facto de esta ser uma "profissão itinerante", a greve geral tem igualmente consequências que transcendem o dia em questão.
"Há trabalhadores que amanhã iriam pernoitar longe do centro de trabalho e hoje - pelo facto de amanhã fazerem greve - já não fazem o comboio de longo curso", conclui.
Na terça-feira, a CP já tinha alertado para "perturbações na circulação de comboios" na quinta-feira e "possíveis impactos" na quarta e sexta-feira devido à greve geral convocada para dia 11 de dezembro
Na CP a é greve convocada pelos sindicatos ASCEF, FECTRANS/SNTSF, FENTCOP, SINAFE, SINDEFER, SINFA, SINFB, SINTTI, SIOFA, SNAQ, STF e STMEFE.
A greve geral de quinta-feira contra o anteprojeto do Governo de reforma da legislação laboral será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais, CGTP e UGT, desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da troika.

