O bastonário dos engenheiros considera que seria um desperdício no investimento feito em mão-de-obra especializada. É a reação à proposta de João Salgueiro que defende um plano de emergência para o desemprego e afirma que não se chocaria ao ver pessoas com formação universitária na construção civil ou a limpar matas.
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«Não me parece a melhor forma de utilizar mão-de-obra intelectualmente evoluída, na qual o país apostou fortemente, na resolução de um problema que quaisquer desempregados de outra natureza poderão ser utilizados», defende Carlos Matias Ramos.
Em declarações à TSF, o bastonário da Ordem dos Engenheiros sublinha ainda que o ideal é utilizar esta mão-de-obra qualificada no reforço necessário de infra-estruturas.
«A melhor forma será verificar o que é que o país precisa, não só em termos da habitação em Portugal, nomeadamente nas zonas altamente degradadas. Outro aspecto que me está a preocupar é a segurança de barragens, pontes, manutenção de infra-estruturas, tudo isto está a ser descurado», lembra o bastonário.
Carlos Matias Ramos defende ainda que está a ser desperdiçado o investimento feito nos últimos anos na educação e formação em Portugal. O bastonário dos engenheiros afirma que «o conhecimento resulta da prática, mas os jovens, saídos das escolas, não têm possibilidades de fazer a aplicação desse conhecimento».
É a reação de Carlos Matias Ramos depois de ter ouvido a proposta de João Salgueiro, na entrevista ao programa da TSF e Dinheiro Vivo, Tudo é economia.
O antigo ministro das Finanças defende que professores e engenheiros façam obras e limpem matas, para combater o desemprego. João Salgueiro diz que não falta trabalho em Portugal.