Em Valpaços, o primeiro-ministro acrescentou que não há nenhuma razão para se estar «a criar um bicho-de-sete-cabeças» à volta dos cortes que o Estado vai ter de fazer em 2015 e que serão divulgados, no essencial, na próxima semana.
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O primeiro-ministro defendeu, este sábado, um acentuar do movimento de descentralização de respostas a nível da saúde, segurança social, ensino e cultura para os municípios ou comunidades intermunicipais, para melhor servir as populações e gerir os dinheiros públicos.
As declarações de Pedro Passos Coelho surgem depois de, esta manhã, fonte oficial do gabinete do ministro Pedro Mota Soares, não ter confirmado o cenário avançado pela TSF, de descentralização de competências do Instituto da Segurança Social, mas ter admitido que está em curso uma reorganização dos serviços.
Em Valpaços, onde inaugurou o lar residencial e o centro de atividades ocupacionais da Associação Portuguesa de Pais e Amigos dos Cidadão Deficiente Mental de Valpaços, o primeiro-ministro disse esperar que no âmbito dos «cuidados de saúde primários, ao nível do ensino básico e secundário, ao nível das IPSS e da segurança social, haja progressivamente um envolvimento maior dos municípios e movimento associativo na forma como o Estado responde a estes problemas».
«Quando dizia que devemos acentuar esse movimento de descentralização, não estou a dizer que apenas ficaríamos melhor servidos porque as pessoas que vivem em cada sítio, em cada local, em cada região, conhecem melhor os problemas os podem resolver melhor. Quero também com isto dizer que elas também terão de ser responsáveis pela alocação dos recursos que nós temos», adiantou Passos Coelho.
Passos Coelho acrescentou ainda que não há nenhuma razão para se estar «a criar um bicho-de-sete-cabeças» à volta dos cortes que o Estado vai ter de fazer em 2015 e que serão divulgados, no essencial, na próxima semana.
O primeiro-ministro visitou depois a Feira do Folar,onde entre os muitos apoiantes, se deparou com algumas pessoas que lhe mostraram cartões vermelhos e gritaram palavras de ordem contra as atuais políticas de austeridade.
No recinto da feira, enquanto uns gritavam "fascista", outros mostravam o apoio ao governante chamando "Passos, Passos".
O primeiro-ministro seguiu indiferente às críticas e foi parando para cumprimentar os feirantes e os visitantes.