O presidente do PSD e ex-primeiro-ministro afirmou ainda que confia na forma como o Banco de Portugal tem acompanhado a situação.
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Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, Pedro Passos Coelho referiu que esta "foi uma matéria que esteve na pasta de transição" do executivo PSD/CDS-PP para o atual Governo do PS, a quem disse terem sido dadas informações sobre este assunto "ainda antes mesmo de ter tomado posse".
"Eu tenho confiança, tive sempre, na forma como o supervisor vem acompanhando estes assuntos e quero acreditar que o Governo também não terá um outro objetivo que não seja o de assegurar a estabilidade financeira", afirmou o ex-primeiro-ministro, à saída de um encontro de Natal do grupo parlamentar do PSD.
Perante a insistência dos jornalistas para que respondesse às críticas feitas à atuação do seu Governo em relação ao Banif, Passos Coelho defendeu que estas não devem ser "matérias de arremesso partidário e político", referindo que o primeiro-ministro, António Costa, também expressou essa posição, e recusou fazer qualquer comentário sobre o passado enquanto o processo estiver a decorrer.
"Se algum dia, quando esta questão estiver resolvida, alguém quiser ter um debate sério sobre este assunto, nós cá estaremos, aqueles que tiveram responsabilidades no passado, a responder por aquilo que fizeram. É assim que deve ser", acrescentou.
Passos Coelho começou por dizer que o acompanhamento da situação do Banif "cabe às autoridades, seja às autoridades de supervisão, como é o Banco de Portugal, seja também ao Governo", porque "houve capitalização do Banif com recurso a dinheiros públicos e é natural que o Governo tenha aqui também alguma intervenção".
Depois, o presidente do PSD expressou confiança na supervisão do Banco de Portugal e salientou a importância de se "assegurar a estabilidade financeira", dizendo que, "se não for assim, o preço a pagar por todos é sempre mais elevado".
"Portanto, é do interesse de todos, e também do Governo, que o que quer que seja o desfecho relativamente ao Banif possa preservar a confiança no sistema bancário, desde logo daqueles que têm os seus depósitos no Banif", prosseguiu. "Espero que possa trazer tranquilidade aos depositantes", acrescentou.
Passos Coelho reiterou que "esta é uma matéria que cabe ao Governo e ao Banco de Portugal acompanharem" e considerou que "eles tomarão as decisões que são necessárias para salvaguardar quer o interesse dos depositantes, quer a confiança no sistema bancário e no sistema financeiro, quer os interesses dos contribuintes".
Face às sucessivas perguntas sobre a atuação do seu Governo, o ex-primeiro-ministro retorquiu que não há "nenhum benefício para ninguém que, nesta altura, a meio de um processo que está a decorrer, os agentes políticos se coloquem a acusar mutuamente na praça pública sobre matérias desta natureza".
"Não vou responder nem a acusações, nem a ataques que tenham sido dirigidos por terceiros", reforçou, concluindo: "É público que o Banco de Portugal e o Governo terão de tomar decisões sobre a questão do Banif, e eu aguardarei pelas decisões".