O PCP acusou o Governo de estar a querer «roubar» mais de dez mil euros a cada trabalhador da administração pública e pensionista com o prolongamento durante seis anos da reposição dos subsídios de Natal e de férias.
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«O que acabaram por dizer hoje é que o roubo do subsídio de Natal e do subsídio de férias para a esmagadora maioria dos trabalhadores da administração pública e para os reformados se vai prolongar ao longo de seis anos», afirmou Vasco Cardoso, da comissão política do PCP, em conferência de imprensa na sede do partido, a propósito das declarações desta tarde do ministro das Finanças.
No final da reunião do conselho de ministro extraordinário realizada esta manhã, o ministro das Finanças afirmou hoje que a reposição dos subsídios de férias e de Natal começará a ser feita em 2015, a um ritmo de 25 por cento ao ano.
O titular da pasta das Finanças esclareceu ainda que «as prestações começarão a ser repostas em 2015 e o ritmo será de 25 por cento por ano».
Confrontado com estas declarações, Vasco Cardoso adiantou que o PCP esteve a fazer as contas, concluindo que em média isto irá representar «um roubo superior a dez mil euros» a cada um dos trabalhadores da administração pública e dos pensionistas.
Acusando o Governo de fazer da «mentira um modo natural de agir» e reiterando a inconstitucionalidade do congelamento dos subsídios de Natal e de férias para os funcionários públicos e pensionistas, Vasco Cardoso criticou a forma como o Governo tem gerido esta informação no plano político.
«O Governo tem vindo a gerir no plano político esta informação, tem uma dose de veneno para aplicar no país e tem vindo a dosear a forma como esse veneno é introduzido na agenda mediática», disse, insistindo na recusa do «saque aos recursos dos trabalhadores».
Relativamente à inconstitucionalidade do congelamento e reposição gradual dos subsídios, Vasco Cardoso explicou que se trata de uma medida que entra em confronto com a Lei Fundamental «porque na prática o que se está a fazer é uma redução das remunerações dos trabalhadores da administração pública e dos pensionistas».