Comunistas entendem que as decisões positivas da União Europeia (UE) em relação a Portugal "não apagam" um "longo período de pressões e de chantagens". "Constrangimentos" continuam, avisa o PCP.
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"O comunicado da UE, embora numa situação de maior abrandamento, não deixa cair eventuais ou outros processos de pressão e de chantagem sobre Portugal", afirmou Paula Santos, deputada comunista, depois de conhecidas as decisões de Bruxelas sobre as sanções a Portugal e a proposta de Orçamento do Estado para 2017.
Para o PCP, as decisões da União Europeia, dadas a conhecer esta quarta-feira, "não apagam o longo período pelo qual o nosso país e o nosso povo passaram de pressões e de chantagens inaceitáveis".
Nesse sentido, acrescenta a deputada, o conjunto de instituições europeias "não abandonou o objetivo de tentar impor e fazer regressar uma política de exploração e empobrecimento que o nosso povo rejeitou".
Perante os jornalistas, a deputada comunistas defendeu ainda que as medidas levadas a cabo pelo Executivo português "têm demonstrado uma evolução positiva do país", mas sublinhou: "Urgente é que Portugal se liberte desses mesmos constrangimentos para prosseguir um caminho de desenvolvimento económico e social".
Esta quarta-feira, a Comissão "chegou à conclusão de que os procedimentos de défice excessivo de ambos os Estados-Membros devem ser suspensos", anulando qualquer congelamento de fundos estruturais. Estes dossiê fica definitivamente encerrado, já que Bruxelas nem apresentará proposta, deixando o Conselho Europeu fora da decisão.
Sobre o projeto orçamental, a Comissão identifica "um risco de incumprimento dos requisitos para 2017". Mas, o comissário dos assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, manifestou "agradável surpresa" pelos dados apresentados na terça-feira sobre o crescimento da economia.