PCP e BE falam em "crime" para classificar atuação do governo PSD/CDS no caso Banif
Ao anunciar a proposta de uma comissão de inquérito, a bloquista Mariana Mortágua acusou Passos Coelho e Paulo Portas de terem cometido um crime contra o país.
Corpo do artigo
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, acusou esta segunda-feira Pedro Passos Coelho e Paulo Portas de terem sido negligentes no caso Banif, sempre com a conivência de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. "O anterior governo cometeu um crime contra os interesses financeiros do Estado e do país, em nome de um puro interesse eleitoralista e político. Ao pactuar politicamente com a estratégia eleitoral da direita, o Banco de Portugal mais uma vez não esteve à altura das suas funções. Consideramos que o governador Carlos Costa não tem as mínimas condições para se manter na sua posição", afirmou a bloquista.
A deputada, em nome do BE, também se mostrou contra a "lógica da privatização do sistema financeiro". "As regras europeias em vigor retiram a autonomia dos Estados para encontrar as melhores soluções em casos como o do Banif, impondo a lógica da privatização do sistema financeiro que já vimos que não resulta", começou por dizer.
"É muito claro que este problema não se confina apenas ao Banif. Há uma degradação evidente dos balanços de toda a banca e, por isso, sob pena de novos encargos para o erário público, é urgente por em marcha uma profunda limpeza do balanço do sistema financeiro cujos custos e perdas devem ser assumidos pelo donos e financiadores do banco, salvaguardando os direitos dos depositantes e os interesses dos contribuintes. Este caso demonstra a necessidade de uma transformação profunda do sistema bancário. Esta transformação só é possível com o controlo público e transparente da banca. Os contribuintes não podem continuar a ser a garantia que na banca privada a má gestão é um crime que compensa", finalizou.
Também o PCP defendeu que a forma como o anterior governo e o Banco de Portugal atuaram deve ser alvo de uma comissão de inquérito. Jorge Pires, da comissão política do PCP, sublinhou que o recente inquérito ao caso BES/GES mostrou falhas na regulação.
.