O PCP diz que os «bancos não se podem apropriar de parte das poupanças» das contas à ordem «através da cobrança de comissões». O Bloco entende que o Banco de Portugal tenta dar argumentação para o chumbo dos projetos da Esquerda.
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O PCP e o Bloco de Esquerda entendem que o Banco de Portugal teve uma atitude insuficiente ao não decretar o fim das comissões nas contas à ordem.
Em declarações à TSF, o comunista Paulo Sá lembrou que as contas à ordem «eram remuneradas com juros num passado muito distante» e agora os «bancos passaram a cobrar pela manutenção dessas contas».
Este deputado do PCP recordou ainda que as contas à ordem «são muito necessárias na vida das pessoas e das empresas» e que os «bancos não se podem apropriar de parte das poupanças» dessas contas «através da cobrança de comissões».
Perante os dados do banco de Portugal, que apontam para a cobrança média de comissões de 50 euros em contas à ordem de 250 euros, Paulo Sá não tem dúvidas em falar em «abuso».
«Contrariamente ao que o Banco de Portugal diz, o problema não se resolve com boas práticas a que os bancos podem aderir facultativamente. É necessário legislar no sentido de proibir os abusos da banca relativamente a estas questões», frisou.
Por seu lado, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda entende que o supervisor bancário está a dar razões à maioria para chumbar os projetos da Esquerda sobre as comissões das contas à ordem, que será debatidos na quarta-feira no Parlamento.
«Percebendo que há uma injustiça, o Banco de Portugal diz que tenta colocar um penso rápido para estancar a ferida desta injustiça. Ora, na prática, tenta dar argumentação para não se chegar à justiça plena», acrescentou Pedro Filipe Soares.