Em causa, diz o sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, está a tentativa de atribuir aos pilotos responsabilidades que não lhes dizem respeito.
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O sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusa o governo e a TAP de insultarem a inteligência dos pilotos e de querem atribuir-lhe responsabilidades que não são deles.
Numa carta dirigida aos associados, o sindicato diz que a responsabilidade pelos maus resultados da TAP e pela degradação da imagem da empresa é dos gestores e apresenta uma série de perdas relacionadas com várias operações financeiras.
Na carta, o sindicato dos Pilotos da Aviação Civil acusa ainda o governo e a administração de não respeitarem os compromissos, assumidos em dezembro, de salvaguardar e repor o Acordo de Empresa, com o objetivo de valorizarem artificialmente a empresa perante potenciais investidores, de encobrirem prejuízos exorbitantes e de aumentarem os lucros dos investidores e os prémios dos gestores.
Por isso, e porque afirma que os pilotos estão a ser financeiramente muito penalizados, o sindicato defende uma reação enérgica. Para exigir o cumprimento de todos os acordos, o SPAC considera indispensável enviar agora um sinal forte e claro aos potenciais investidores de que existem compromissos passados que devem ser respeitados pelo governo e pela TAP
A posição do sindicato surge um dia depois de se saber que Fernando Pinto, presidente da TAP, enviou uma carta aos pilotos alertando para as graves consequências financeiras de uma nova greve na transportadora.
Na missiva, Fernando Pinto rejeita o incumprimento do acordo firmado em dezembro, acusando o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) de invocar «acordos» inexistentes, distorcendo ou omitindo factos.
O presidente da TAP reitera que «a empresa cumpriu rigorosamente a sua parte do compromisso assumido quanto à negociação dos domínios do Acordo de Empresa», considerando que o SPAC - bem como os demais sindicatos - alcançaram «conquistas muito relevantes».
«É, neste contexto, incompreensível a acusação do SPAC de que houve incumprimento, invocando 'acordos inexistentes, distorcendo ou omitindo factos provados e apresentando montantes imaginários de prejuízos dos pilotos, que não têm fundamento racional e razoável», acrescentou o presidente da TAP.
Esta tarde, os pilotos da transportadora aérea realizam a primeira de duas assembleias-gerais, das quais poderá sair a marcação de uma greve.
Pires de Lima diz que espera para ver. O ministro da economia diz apenas que «até prova em contrário os representantes dos pilotos, os sindicatos, são homens de palavra».