Portugal «deve rasgar memorando» se não forem impostas condições a Espanha, diz Bloco
O deputado bloquista Pedro Filipe Soares explicou que Portugal deve rejeitar o «memorando que nos está a levar para a austeridade» se a ajuda a Espanha não for sujeita a condições. O PCP receia que o Governo possa impor ainda mais austeridade.
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O Bloco de Esquerda entende que se não forem impostas «condições anexas» para a ajuda ao setor bancário espanhol, então Portugal deve recusar-se a cumprir o memorando com a troika.
Considerando que é preciso conhecer os termos da ajuda ao setor bancário espanhol, o deputado Pedro Filipe Soares defende que Portugal deve «rasgar o memorando e dizer que também só quer o dinheiro» caso estas condições não existam.
Neste caso, Portugal deve ter uma posição semelhante à da Irlanda e não deve aceitar um «memorando que nos está a levar para austeridade e a minar as contas públicas e economia e a aumentar o desemprego».
«Se a Europa afinal diz que pode fazer empréstimos sem memorando, Portugal também não pode ter outra resposta senão rasgar com o memorando, porque é inaceitável que assim continue», concluiu.
Por seu lado, o comunista Ângelo Alves, da Comissão Política do PCP, espera que o Governo não aproveite esta oportunidade para avançar com mais medidas de austeridade.
«O nosso receio é que o Governo português venha a utilizar o que aconteceu em Espanha para justificar aquilo que já tinha decidido há muito tempo que é aprofundar ainda mais a espiral de austeridade e recessão em que estamos envolvidos», explicou.