O economista reconhece que, após o chumbo do TC, Portugal perdeu credibilidade junto dos parceiros externos e admite que perdeu margem de manobra para negociar as maturidades da dívida.
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Na apresentação do seu livro "Euro forte, euro fraco", em Lisboa, o conselheiro de Estado recusou-se a falar em concreto da decisão do Tribunal Constitucional, mas adiantou que esse objetivo era determinante para o programa de ajustamento português.
«Obviamente que, se conseguirmos um alargamento da maturidade dos empréstimos, isso facilita o processo de ajustamento. Mas também temos de perceber que, do lado dos credores, essa disponibilidade só nos é dada se verificarem que nós estamos a cumprir aquilo com que nos comprometemos», afirmou.
Sobre os anunciados cortes na despesa pública nas áreas da saúde, educação e segurança social, Vítor Bento considerou essenciais, sublinhando que Portugal tem de ajustar o que gasta com o que consegue produzir.
Vitor Bento defendeu ainda que a área prioritária de atuação política em Portugal devia ser o combate ao desemprego.
«Quando temos um desemprego de 20 por cento, a principal preocupação deveria ser tentar resolver esse problema e tentar criar empregos. Obviamente que temos de ter capacidade para vender aquilo que produzimos, nomeadamente ao exterior», considerou.