Os socialistas apelam ao presidente da Parpública para que não feche a venda dos 61% da TAP ao consórcio Gateway. O PSD queixa-se de ingerência socialista na administração pública.
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O PS quer que o presidente da Parpública não assine porque "não estão reunidas as condições legais nem políticas para que se mantenha este processo de reprivatização". "Esperamos assim, em função do novo quadro político existente no nosso país, que o senhor presidente da Parpública não conclua o atual processo de reprivatização da TAP, não procedendo à assinatura dos contratos de alienação do seu capital social", apela a vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Ana Paula Vitorino, na carta hoje dirigida a Pedro Ferreira Pinto.
No documento, o PS recorda a sua posição "frontalmente contra a forma como o atual processo de reprivatização tem sido desenvolvido desde o início", reforçando que "não aceita que o Estado não mantenha uma posição de controlo".
À TSF, a deputada Ana Paula Vitorino, argumenta que "neste momento a maioria do parlamento está contra o processo de privatização" e como o rasgar um contrato de venda que já tenha sido assinado tem mais custos para o Estado, a deputada considera que "era nossa obrigação avisar quem vai assinar em nome do Estado português, e que poderia não ter conhecimento daquilo que é a posição da maioria parlamentar, para que em consciência pudessem tomar a decisão".
Ana Paula Vitorino garante que este "não é um apelo à insubordinação" mas Duarte Marques, deputado social democrata não é da mesma opinião. Para o deputado, o "PS está neste momento a tentar dar ordens diretas à administração pública como se fosse um Governo em funções". Duarte Marques sugere ao Partido Socialista, "se tiver alguma coisa a dizer sobre este negócio deve dirigir-se ao Governo em funções quer através da Assembleia da República quer através do outros canais que tem".