Os social-democratas consideram que os números do INE sobre o emprego "são maus". A culpa é de uma estratégia económica "errada".
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"Os números hoje publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o emprego são maus, porque o emprego não cresce, diminui em Portugal, e há cerca de 27 mil portugueses que não têm emprego, além daqueles que, efetivamente, já não tinham", disse Adão Silva.
O vice-presidente da bancada do PSD reagia, no parlamento, a uma estimativa provisória divulgada hoje pelo INE, que dá conta de um recuo no número de população empregada entre os meses de abril e maio.
De acordo com a estimativa, a população empregada terá diminuído 0,6% em relação ao mês de abril, ou seja, menos 26.700 pessoas, num total de 4,479 milhões de pessoas empregadas.
A estimativa do INE adianta, no entanto, que a taxa de desemprego terá ficado inalterada em maio, nos 11,6%, face a abril, recuando 0,8 pontos percentuais relativamente ao período homólogo.
"Há uma estratégia económica errada no país, em que a economia não vai crescer, mas decrescer e arrefecer", afirmou Adão Silva, que sublinhou ainda: "Um arrefecimento da economia traduz-se também numa redução do emprego. Isto quer dizer que a estratégia económica do Governo está errada e que tem repercussões negativas para os portugueses, porque não cresce o emprego como devia e como o Governo tinha dito que ia crescer".
Nesse sentido, o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD defende que o Executivo deve "rapidamente alterar a sua estratégica económica".
Já ontem, no parlamento, Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças e dirigente do PSD, tinha apelado à "responsabilidade do Governo" para "corrigir o que tem de ser corrigido" e, assim, evitar que "haja consequências mais gravosas para os portugueses".
Números do FMI? Chegam os números de Mário Centeno
No parlamento, Adão Silva foi ainda confrontado com o comunicado de hoje do FMI, que dá conta de que o Fundo está mais pessimista em relação ao crescimento da economia portuguesa.
O deputado diz que não comenta os números do FMI, sublinhando que a leitura que faz das previsões do ministro das Finanças, Mário Centeno, é suficiente.
"Eu não vou comentar os números do FMI. A mim chegam-me os números do senhor ministro das Finanças. A previsão inicial de 1,8% [números previstos pelo Governo] não se vai verificar e o ministro das Finanças diz que, porventura, nem a previsão da OCDE, que era de 1,2%, portanto, temos más notícias do Governo no que diz respeito ao crescimento económico".