Passos Coelho garantiu, esta terça-feira, que não será o PSD a obstruir o resgate financeiro e acusou o Governo de «encenar há demasiado tempo o passa-culpas».
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«Ao contrário do que chegaram a dizer alguns membros do Governo, nós não jogamos poker. Não andamos a pensar como é que podemos ganhar as eleições, prejudicando Portugal», disse o líder do maior partido da oposição esta segunda-feira à noite no Porto.
«Se esse dinheiro é indispensável, não será por nossa causa que ele não chegará a Portugal, mas não me peçam que elogie quem nos pôs nesta situação», acrescentou.
Pedro Passos Coelho acusou ainda o Governo de prosseguir com uma encenação. Desta vez o alvo da critica foi o ministro das Finanças, que manifestou esperança de que as negociações com as instituições internacionais permitam um acordo rápido, porque o dinheiro disponível nos cofres do Estado só chega para pagar os encargos até Maio.
«Este Governo anda a encenar há demasiado tempo o passa-culpas. Há muito tempo que o Governo sabe o que hoje o ministro das Finanças disse claramente: vivemos acima das nossas possibilidades», afirmou.
O social-democrata ironizou que o titular da pasta das Finanças descobriu, «ao fim destes anos todos», que não há dinheiro para pagar os compromissos. Teixeira dos Santos e José Sócrates «sabiam há muito tempo que era isso que se estava a passar em Portugal», referiu.
«Enquanto preparava esta encenação para poder dizer que o PSD é que tem a culpa, este Governo, durante todo esse tempo, afirmou, com a mentira ao país, que não era preciso mais nada, que o Orçamento do Estado estava a ter uma execução exemplar» e que Portugal não precisava de ajuda, acusou.