
Hugo Correia / Reuters
A assembleia-geral de acionistas votou a venda da Portugal Telecom Portugal. A decisão teve o aval de 97% por cento do capital presente na reunião. Multinacional francesa saúda o desfecho, que considera «excelente notícia».
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A assembleia-geral de acionistas da PT SGPS, aprovou a venda da PT Portugal à Altice.
Uma votação clara de 97,81 por cento dos acionistas presentes ou reprentados numa reunião de mais de quatro horas, com dezenas de intervenções, na maioria dos casos de pequenos acionistas que se opunham á venda.
A decisão já foi saudada pela multinacional francesa: «A aprovação da venda da PT Portugal ao grupo Altice é uma excelente notícia para a PT Portugal, para o investimento, a inovação, os acionistas, os trabalhadores e Portugal», disse o porta-voz da emprea à agência Lusa.
A venda da PT Portugal foi aprovada com votos favoráveis do Novo Banco, Ongoing, Visabeira e Controlinveste, numa reunião que contou com 44% do capital presente ou representado, mas apenas 34% de capital votante, já que os brasileiros foram impedidos de votar por conflito de interesse. Os votos contra atingiram apenas os 2,19%.
O sindicato dos trabalhadores do Grupo PT, chegou a apresentar uma proposta de suspensão da reunião, que acabou por ser retirada.
O desfecho da assembleia, foi acelerado pelo presidente da mesa, que fechou as inscrições de mais pequenos acionistas.
No final da assembleia-geral, Bayard Gontijo, o presidente da brasileira OI, limitou-se a saudar a decisão dos acionistas, por ser a melhor para as duas empresas: para a PT; para prestar bem os serviços que presta, para a OI, para reduzir o endividamento.
Na reunião magna estiveram presentes 398 acionistas, totalizando os votos presentes os 548.444.
O presidente da mesa da assembleia-geral, António Menezes Cordeiro, frisou hoje que as regras de direito foram cumpridas, escusando-se a comentar o desfecho da reunião magna que hoje aprovou a venda da PT Portugal.
«A minha expetativa era que a assembleia decorresse de acordo com as boas regras de direito. Decorreu. Agora a decisão é dos acionistas», disse Menezes Cordeiro, à saída, acrescentando que «o que está decidido está votado».
Questionado sobre se ficou desiludido com o desfecho da reunião magna, o presidente da mesa da assembleia-geral reforçou: «Não fico nem deixo de ficar, foram cumpridas as regras, era esse o meu papel e tudo dito».
Os jornalistas questionaram ainda sobre a existência de alguma possibilidade do negócio não avançar ou medida jurídica que o possa inviabilizar, tendo Menezes Cordeiro afirmado apenas que «teoricamente é sempre possível», mas não disse como.