A OCDE prevê uma recessão mais profunda este ano em Portugal, de 2,7% do PIB. A organização espera ainda que a dívida pública supere a barreira dos 130% do PIB em 2014.
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O relatório 'Economic Outlook' hoje divulgado revela que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) espera que a recessão em Portugal seja maior em 0,4 pontos percentuais face à última estimativa do Governo e da troika, que previam um recuo de 2,3%.
A OCDE espera também que a economia cresça menos que o esperado em 2014, mesmo após a queda mais profunda este ano, também aqui menos 0,4 pontos percentuais que na estimativa da troika e do Governo. A OCDE espera um crescimento marginal na ordem dos 0,2%, enquanto o Governo, no Documento de Estratégia Orçamental apresentado no mês passado, previa um crescimento de 0,6%.
Para esta queda devem contribuir as perspetivas mais negativas da organização para a procura interna, onde a OCDE espera uma contração de 5,1% este ano (contra 4,1% da previsão do Governo) e de -1,5% em 2014 (contra -0,1% esperados pelo Governo).
A organização espera também um quadro muito mais negativo para o investimento, esperando uma contração de 10,6% este ano (contra 7,6% esperados pelo Governo) e de 0,7% em 2014 (Governo espera -0,1%).
Este cenário mais pessimista surge apesar de a OCDE esperar um crescimento das exportações mais expressivo que o esperado pelo Governo, mais 0,6 pontos percentuais este ano para 1,4% e igual valor em 2014, para 5,1%.
Já as expectativas quanto à taxa de desemprego são praticamente iguais ao que o Governo espera desde o final do mês passado, atingindo os 18,2% este ano e 18,6% no próximo ano, mais 0,1 pontos percentuais que na projeção do executivo.
A OCDE espera também que a dívida pública supere a barreira dos 130% do PIB em 2014, 8,4 pontos percentuais acima do limite máximo esperado pelo Governo.
O Governo espera que o nível de dívida pública caia este ano para os 122,3% do PIB, mas a OCDE espera um agravamento para os 127,7%. Já no próximo ano, a OCDE espera um valor substancialmente mais alto, na ordem dos 132,1% do PIB um valor historicamente alto.