Na comissão parlamentar de inquérito ao caso Banif, Jorge Tomé afirmou que Maria Luis Albuquerque teve reação "muito positiva" mas o administrador do Estado travou o processo.
Corpo do artigo
O último presidente do Banif disse que quando percebeu que o plano de reestruturação "não seria aprovado", propôs a abertura de um concurso público para venda da posição do Estado, no Banif.
Maria Luis Albuquerque não considerou a ideia "oportuna" mas disse que "daria todo o apoio a uma proposta não solicitada"
Jorge Tomé disse que recebeu uma proposta de um investidor estrangeiro perante a qual Maria Luís Albuquerque chegou a ter "uma reação muito positiva".
No entanto, explicou Jorge Tomé, quando o Banif quis avançar com uma "operação estruturada", o administrador do Estado (Miguel Barbosa) disse que "não achava oportuno" esse processo e que "o que devia ser feito" era dividir o banco em "banco limpo" e Legacy (ativos não financeiros) essa - defendeu esse administrador era o caminho que "melhor defendia" o interesse do Estado.
"Essa proposta (de due-diligence - operação estruturada) ficou sem efeito", explica Jorge Tomé.
Miguel Barbosa, o antigo representante do Estado na administração do Banif é hoje o presidente do Conselho de Administração da Oitante, a sociedade veículo que ficou com ativos do Banif, depois da resolução.
Questionado ainda sobre a eventual relação de contas no Brasil com a Operação Lava Jato, Jorge Tomé disse que "não se pode dizer que essas contas tenham a ver com a Lava Jato". O antigo administrador afirmou que" as contas foram bloqueadas e encerradas." Tudo foi feito dentro das "melhores normas", garante Tomé.