No dia em que o BES anunciou um aumento de capital que pode ir até mil milhões de euros, que lhe permite em definitivo dispensar o recurso ao fundo de 12 mil milhões disponibilizado pela troika, o presidente do banco assegurou que o país e a banca nacional estão no bom caminho para a recuperação financeira e económica.
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A banca portuguesa, como o país, estão a fazer o que devem. a mensagem é repetida mas hoje foi sustentada por um facto novo: um aumento de capital de mil milhões de euros 100 por cento garantido pelos atuais acionistas de referência do BES e que permite de uma vez por todas dizer à troika "não obrigado", já que permite não só garantir como ainda ultrapassar os rácios de capital exigidos aos bancos nacionais.
Ricardo Salgado acredita que este é um sinal importante para os mercados e que a saúde económica e financeira de Portugal e da banca portuguesa está em muito melhor estado do que a de alguns parceiros europeus.
«Não se passou o mesmo em Portugal com os bancos o que se passou na Grécia e na Irlanda. É claro que temos esta imposição e temos que reforçar níveis de capitalização elevados e vai haver algum recurso ao Estado. Mas eu não tenho dúvida de que os bancos que fizerem isso estarão depois em condições de reembolsar esses recursos e puderem seguir a sua vida independente», afirmou.
O presidente do BES espera que este passo seja um marco para o regresso do país aos mercados em 2013 e continua a acreditar que o país tem feito o trabalho de casa.
«Portugal está a trabalhar bem e o Estado está a atingir os objetivos que nos foram impostos. Outro aspeto positivo é que as exportações continuam a evoluir bem e a crescer mais para os mercados emergentes do que para os mercados europeus», destacou.
O aumento de capital já está garantido e vai permitir aumentar o rácio que mede a qualidade do capital dos bancos de 9,2 para 10,75 por cento, muito acima dos dez por cento que o Banco de Portugal (BdP) exige que sejam atingidos em dezembro.