A AHRESP avisa que se o IVA aumentar de 13 para 23 por cento vão perder-se 120 mil postos de trabalho e 70 por cento dos estabelecimentos vão fechar portas.
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Os cerca de 80 mil hotéis, cafés restaurantes e pastelarias em Portugal estão sujeitos à taxa intermédia do IVA, mas o memorando assinado com a "troika" prevê, sem concretizar, uma reestruturação do imposto.
O Governo já disse que essa alteração, que pode passar pela extinção da taxa intermédia, deve trazer para os cofres do Estado cerca de 400 milhões de euros.
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) está desconfiada de que a taxa de 13 por cento vai mesmo desaparecer e avisa que isso vai levar ao encerramento de «50 mil estabelecimentos» a à perda de «120 mil postos de trabalho», disse o presidente da associação.
Mário Pereira Gonçalves alertou que o sector já sofre demasiadas dificuldades, devido à perda do poder de compra dos consumidores.
«Tendo os mesmos clientes, estou a fazer menos 30 por cento de receitas», porque os consumidores pedem «ementas mais baratas» e prescindem de tomar café e sobremesa, disse.
Segundo a AHRESP, também o Estado fica a perder porque, por via da diminuição do consumo associada ao aumento do preço, a receita fiscal vai entrar em queda livre, encolhendo mais de 700 milhões de euros.
Para além disso, o Estado ainda terá que pagar os subsídios de desemprego de quem perder o posto de trabalho, mais de 700 milhões. Contas feitas, um prejuízo para o Tesouro de quase 1500 milhões de euros.
A AHRESP organiza, esta terça-feira em Lisboa, um encontro para discutir as consequências do possível aumento do IVA no sector. A Associação vai também promover uma campanha de sensibilização, o Dia Nacional sem Restaurantes.