Setor automóvel abranda ritmo de produção por falta de semi-condutores. Situação preocupa AFIA

Patricia de Melo Moreira/AFP (arquivo)
À TSF, José Coutro, presidente da AFIA, sublinha que "os clientes de baixaram as compras e os planos de produção por falta desta componente"
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Várias empresas do setor automóvel estão a abrandar o ritmo de produção, por causa da falta de semi-condutores, um problema que está a preocupar a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).
Em declarações à TSF, José Couto, líder da AFIA, sublinha que a Autoeuropa e a Bosch são algumas das empresas em dificuldades.
"Sabemos que a Autoeuropa veio dizer está perto de uma rutura, porque não tem stocks para continuar a produzir. A Bosch também já anunciou que se propôs a fazer lay-off porque não tem componentes para trabalhar nas suas linhas de produção. O lay-off será uma solução para manter as equipas, para não chegar a casos mais extremos", expõe.
Além destas, existe um conjunto de outras empresas que também têm problemas com componentes, garante. Não é, contudo, ainda conhecida a dimensão das empresas que neste momento reduziram significativamente a sua atividade produtiva, uma vez que "os clientes de baixaram as compras e os planos de produção por falta desta componente".
A falta de componentes também não é novidade no setor automóvel, sobretudo numa Europa dependente de países como a China que tem, nesta altura, um conflito com uma empresa com sede nos Países Baixos.
"Não há fornecimento daquelas componentes. A China bloqueou a entrada" dos semi-condutores, denuncia.
Portugal está, então, na "mão de alguém que diz 'não forneço essa componente'". José Couto considera que esta é uma situação "grave".
"A Europa está dependente no seu processo de perda de capacidade industrial de ter uma tecnologia. A Europa não tem capacidade de reagir a esta falta de componente. Estamos reféns de um conjunto de políticas que tivemos nas últimas décadas para a indústria", reforça.