O ministro das Finanças de 1978, altura em que o FMI esteve em Portugal, defende ainda que a redução da TSU se repercute no preço dos produtos e serviços dos sectores com menos concorrência.
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai emprestar 26 mil milhões de euros a uma taxa de 3,25 por cento nos primeiros três anos e de 4,25 por cento nos anos seguintes. A União Europeia vai cobrar entre 5,5 e 6 por cento pelos 52 mil milhões que vai conceder.
Para o antigo ministro das finanças que ocupava a pasta em 1978, da primeira que o FMI entrou em Portugal, estes valores são impossíveis de cumprir.
«É uma taxa de juro insustentável. Só podemos manter estas taxas com saldos primários cada vez mais positivos, que significam recessão mais profunda», disse numa conferência na Associação Comercial de Lisboa.
Silva Lopes deixa ainda outro alerta, para assegurar que uma eventual descida da Taxa Social Única (TSU) se repercute no preço final dos produtos e serviços dos sectores com menos concorrência, o pais precisa de voltar a ter controlo de preços.
O antigo ministro das Finanças estima que no caso das maiores empresas que actuam em sectores, como a energia ou as telecomunicações, uma descida da TSU apenas vai servir para aumentar os lucros.