Apesar de entender que a separação dos ativos tóxicos do BES do Novo Banco é uma solução que tem «prós e contras», Tavares Moreira lembrou que o mercado está tranquilo e que as ações do BCP tiveram mesmo uma valorização.
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O economista Tavares Moreira reconheceu que não havia muito tempo para encontrar uma solução para o BES e que saída encontrada foi bem recebida pelos mercados que estão «bastante calmos» e «sem sinais de tensão».
Em declarações à TSF, este ex-governador do Banco de Portugal sublinhou que a separação dos ativos tóxicos que vão para um "banco mau" e criação de um "banco bom", designado de Novo Banco, «convence os mercados».
O economista recorda que esta solução, mesmo tendo «prós e contras», «tranquiliza o mercado», uma vez que as ações do BCP estão a valorizar e os títulos de outros bancos estão estáveis.
«Quanto aos depositantes sempre foi dito e continua a ser dito que estavam garantidos», explicou Tavares Moreira, que frisa que para estes a situação é «claríssima».
Apesar de não esquecer o que se passou com o BPN, onde o Estado perdeu dinheiro, o antigo governador do banco central português recordou que o Estado ficou a ganhar quando outros bancos recorreram à linha de crédito da troika destinada à banca.
«Nas intervenções que o Estado fez no BCP, BPI e Banif ganhou muito dinheiro mesmo e portanto se neste caso acontecer um modelo semelhante ao que aconteceu nestes bancos o Estado até poderá vir a ganhar dinheiro», explicou.
Para Tavares Moreira, «caso o preço de venda final do Novo banco não seja suficiente para colmatar o empréstimo do Fundo de Resolução a diferença terá de ser suportada por todo o sistema bancário».
«Portanto está à partida excluída qualquer responsabilidade nas perdas que possam vir a ser apuradas nesta operação», concluiu o economista.
Miguel Beleza entende, por seu turno, que não havia outra solução para o BES senão separar o "banco bom" dos ativos tóxicos, a solução que foi escolhida para resolver o problema que estava criado no banco anteriormente liderado por Ricardo Salgado.
Este antigo governador do Banco de Portugal disse ainda que tem total confiança no atual governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e novo presidente-executivo do BES, Vítor Bento.