Sobre a questão dos subsídios, o primeiro-ministro lamentou que «os partidos da oposição estejam a aproveitar o debate quinzenal para fazer uma discussão que assusta as pessoas».
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Para além de ter apontado o dedo à oposição, Passos Coelho advertiu hoje que está também nas mãos do parlamento garantir que o pagamento dos subsídios será feito «a tempo e horas» a funcionários públicos e pensionistas, enquanto Seguro reclamou o seu pagamento imediato.
Esta questão foi levantada por António José Seguro no debate quinzenal com o primeiro-ministro, na Assembleia da República, sustentando que «ninguém compreende a ordem» do Governo à administração pública «para não pagar um dos subsídios».
«Por razões legais e porque se trata de um direito social dos trabalhadores, esse dinheiro é devido. Mais dinheiro no bolso das famílias significa que essas famílias têm menores dificuldades no quotidiano e podem ajudar o comércio local e as empresas nacionais. Se o senhor primeiro-ministro tem dinheiro, porque teima em não pagar aos funcionários públicos?», perguntou o secretário-geral do PS.
Pedro Passos Coelho contrapôs que o Governo cumprirá a decisão do Tribunal Constitucional «e pagará o 13.o e 14.o meses a quem tinha esses subsídios suspensos. Vai fazê-lo com a maior das normalidades durante este ano», disse.
Na sua resposta a Seguro, o primeiro-ministro evitou sempre referir-se a estes subsídios como de Natal ou de férias.
«Relativamente a um [dos subsídios] já estamos a pagar antecipadamente em duodécimos. O outro pagaremos entre novembro e dezembro, caso neste último caso se trate de pensionistas. Nesta altura, está também nas mãos do parlamento garantir que estes pagamentos se poderão fazer a tempo e horas», declarou o primeiro-ministro.
O secretário-geral do PS, porém, manifestou-se insatisfeito com a resposta do primeiro-ministro e contra-atacou.
«O senhor não é obrigado a pagar o subsídio [de férias] a partir de novembro, o senhor é obrigado a pagar o subsídio na data em que sempre os funcionários públicos receberam esse mesmo subsídio, que é agora. Arranje as desculpas que quiser, ninguém compreende que o senhor não pague na data exata aos funcionários públicos o subsídio que lhes é devido por lei», frisou o líder do PS.