As taxas de juro da dívida italiana a 10 anos voltaram a registar, esta quarta-feira de manhã, novo máximo, de 6,85 por cento. Os investidores não parecem ter ficado impressionados com os desenvolvimentos políticos no país.
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No prazo a dois anos, os juros estavam pressionados nos 7,129 por cento face aos 6,379 por cento de terça-feira, enquanto a cinco anos subiam para os 7,132 por cento.
Já a bolsa de Milão abriu a sessão a ganhar mais de um por cento, mas uma hora depois do arranque o índice italiano de referência mergulhava abaixo dos três pontos no "vermelho", uma tendência seguida por toda a Europa.
Num comentário à actual situação política em Itália, com Silvio Berlusconi a prometer demitir-se após a aprovação no Parlamento das medidas orçamentais e das reformas económicas exigidas pela UE, Francesco Franco, professor de Economia na Universidade Nova de Lisboa, disse à TSF que os principais partidos vão ter de se entender quanto ao modo como atacar o problema económico.
O professor italiano alertou que para estabilizar a situação política é preciso uma «maioria muito grande», que deve comprometer-se antes das eleições, tal como aconteceu em Portugal, com os três principais partidos a concordarem no programa de assistência financeira.
Perante os vários nomes falados para o lugar de futuro primeiro-ministro, Francesco Franco aposta em Mario Monti, um independente que passou pela Comissão Europeia, considerando que seria o governante «ideal» para uma «coligação com uma maioria muito forte».
Quanto ao candidato apontado por Silvio Berlusconi, o líder do partido PDL e ex-ministro da Justiça Angelino Alfano, o professor de Economia disse que se trata de um «candidato político» que não é muito conhecido.