O grupo China Three Gorges, que detém cerca de 21 por cento do capital da EDP, enviou uma carta a Paulo Portas para contestar a aplicação de uma taxa aos produtores de energia.
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A medida está inscrita na proposta de Orçamento de Estado (OE) para o próximo ano e foi anunciada a semana passada pelo vice primeiro-ministro.
Para a China Three Gorges, a aplicação desta taxa altera os pressupostos da operação de privatização daEDP e fere os termos em que foi estabelecido o contrato para a compra de 21,35 por cento do capital da empresa.
Na carta, enviada a Paulo Portas, os investidores chineses afirmam mesmo que esta alteração nos pressupostos da operação vai interferir com os resultados e com o valor da EDP e por isso vai colocar em causa os compromissos assumidos pelo grupo na privatização.
A China Three Gorges alega ainda que ficou surpreendida com a decisão do Governo português, anunciada pelo vice primeiro-ministro, de impor uma taxa no valor total de 100 milhões de euros a todos os produtores de energia, uma vez que não houve qualquer contacto prévio entre as autoridades portuguesas e o grupo que venceu a corrida à EDP.
Para além dos chineses da China Three Gorges, também a Endesa , na semana passada, contestou a intenção do Governo, garantindo que, se a medida for aplicada, a empresa faria repercutir o peso da mesma no consumidor final.