Trabalhadores da CP vão ter aumentos salariais já no fim deste mês, sindicato aplaude "salto qualitativo"
Em declarações à TSF, o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, José Manuel Oliveira, refere que não resolve todos os problemas, mas é um bom princípio
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Os trabalhadores da CP vão ter aumentos salariais já no final de setembro. O acordo salarial, que tinha sido alcançado em abril, foi assinado esta sexta-feira e será aplicado este mês. Em declarações à TSF, o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, fala num salto qualitativo para os trabalhadores da CP.
"Vai acontecer neste mês de setembro um aumento dos salários dos trabalhadores da CP, com duas fases: a reposição com a diferença do salário mínimo nacional existente em 2018 e depois, a partir de 1 de julho deste ano, um novo aumento de 4%. É a aplicação da tabela salarial que permite um aumento do salário na ordem dos 140-150 euros por trabalhador, o que já dá um salto qualitativo naquilo que são os salários de entrada na empresa, já acima dos mil euros, criando uma melhor situação para fixar trabalhadores e fixar novos", explica à TSF José Manuel Oliveira.
O sindicalista considera que o aumento dos salários "é importante, porque, no fundo, é o reconhecimento de um argumento colocado há muito tempo de que o problema da falta de trabalhadores passa pelo aumento do salário".
"Finalmente, há uma medida que vai ao encontro daquilo que há muitos anos temos vindo a defender da necessidade de haver um salto qualitativo nos salários da empresa", saúda.
José Manuel Oliveira confessa estar "satisfeito", mas recorda que este aumento salarial "não resolve tudo". "Não é a solução total, há outro tipo de medidas necessárias, é preciso continuar a trabalhar no sentido de valorizar as carreiras e as categorias profissionais nesta empresa para também melhorar o serviço ferroviário que hoje já é muito afetado pela falta de trabalhadores", acrescenta.
Na passada segunda-feira, quinze sindicatos e associações representativas de trabalhadores da CP criticaram a “demora injustificada” na aplicação do acordo para a reestruturação das tabelas salariais, pedindo que fosse aplicado imediatamente.