As centrais sindicais já reagiram à decisão do Governo de proibir a antecipação das reformas. Arménio Carlos sugere ao executivo que questione a razão de tantos trabalhadores preferirem reformar-se. Já João Proença fala numa medida penalizadora.
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O líder da CGTP, Arménio Carlos, considera que não é desta forma que o Governo vai resolver o problema da sustentabilidade financeira da segurança social.
Arménio Carlos sublinha ainda que o executivo devia refletir sobre as causas mais fundas do recurso à antecipação das reformas, mesmo com penalizações.
«Nós defendemos que os trabalhadores devem estar na sua vida ativa até à idade limite da reforma. [Mas] a questão que se coloca neste momento é outra. Porque razão é que nesta fase há um número significativo de trabalhadores que sabendo que vão ser penalizados por se reformarem antecipadamente, mesmo assim insistem em sair das empresas e dos serviços», sublinhou.
«Isto tem uma relação direta com a violência que neste momento se faz sentir em muitos locais de trabalho, em que a pressão sobre os trabalhadores acaba por retirar esperança e confiança no futuro», concluiu Arménio Carlos.
O secretário-geral da UGT, João Proença, considera que a medida é penalizadora.
«Parece-nos uma medida que só pode ser justificada por motivos orçamentais, por motivos da despesa da Segurança Social. Ora, estas medidas têm consequências na vida das pessoas e têm que ser devidamente justificadas. Não é possível a Segurança Social continuar com medidas que sistematicamente penalizam os trabalhadores e que na prática lhes retiram direitos sem justificação», destacou João Proença.