Os economistas da UTAO avisam que, ao contrário do que garantiu Passos Coelho, não existe folga orçamental no pacote das medidas para a reforma do Estado.
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[Notícia atualizada às 13:15]
Os técnicos da UTAO concluem que não há folga nos 4800 milhões de euros da reforma do Estado porque estes valores são brutos, ou seja, não contam com o impacto para as contas públicas da aplicação do próprio pacote.
Isto quer diozer que não levam em linha de conta a redução da receita dos impostos e das contribuições para a segurança social, nem o aumento das despesas relativas às indemnizações das rescisões na função pública.
Na análise da UTAO ao Documento de Estratégia Orçamental, os técnicos dizem que só isso pode explicar a diferença entre os valores do DEO e os da carta de Passos Coelho à "troika".
Trata-se de uma diferença que a TSF sublinhou na altura em que os documentos foram revelados.
Na carta enviada à "troika", o primeiro-ministro fala em 3600 milhões de euros em 2014 e 400 ME em 2015.
Nota-se que há aqui uma austeridade mais branda em ano de eleições. No DEO, o ajustamento é de 2800 milhões em 2014 e de 700 ME em 2015.
São números que não batem certo. Passos Coelho falou de uma margem de 800 milhões neste "bolo" de 4800 milhões de euros da reforma do Estado.