O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos acusa o Governo de estar a promover, com o aumento dos preços nos transportes, o recurso ao transporte individual. Por seu lado, a Federação dos Transportes fala num ataque ao bolso dos utilizadores.
Corpo do artigo
O último aumento foi em Agosto e já no início do próximo mês vão voltar a aumentar em média cinco por cento, anunciou esta noite o Governo.
Contactada pela TSF, Luísa Ramos, do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, acusou o Governo de estar, na prática, a promover a utilização do transporte individual e recordou os aumentos de 2011.
«É um atentado no plano social, no âmbito em que 2011 foi terrível, o tarifário sofreu dois aumentos. Portanto, vir agora aumentar nessa ordem de grandeza, quando em simultâneo se prevê ajustamentos nas carreiras que quererá dizer diminuição da oferta, pensamos que é mais um atentado aos utentes, ao direito à mobilidade e ao que devia ser uma política virada para a actividade do transporte público», defendeu.
Já o sindicalista Vítor Pereira, da Federação dos Transportes, lembrou à TSF que recentemente, em Agosto, houve um aumento e por isso fala num ataque aos bolsos dos utilizadores de transportes públicos.
«Isto é mais um roubo aos portugueses e mais uma forma de por em causa uma política que é contra os interesses do país, visto que este aumento vai no sentido de provocar o uso do transporte individual em vez de se fomentar o transporte público», declarou.
Também a plataforma de utentes da Carris reagiu com descontentamento aos aumentos. Carlos Moura considera que estes aumentos são incomportáveis para muitos portugueses e garante que os próximos tempos vão ser marcados por várias acções de protesto.
O Metropolitano de Lisboa, a CP, a Carris, a Transtejo e a Soflusa já confirmaram que os novos preços vão entrar em vigor a 1 de Fevereiro.
Na próxima semana a tabela com os novos tarifários estará disponível nos sites destas empresas e também nos postos de venda.