Vigilância negativa de dívida dos EUA pode significar «tremor de terra», diz economista
Para João Duque, a colocação em vigilância negativa dos EUA «enxovalha o presidente da maior potência económica do mundo na praça pública perante o seu eleitorado».
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O economista João Duque considerou que a colocação em vigilância negativa da dívida dos EUA por parte da agência de rating Moody's é primeiro aviso do que pode ser um «tremor de terra» muito preocupante para os mercados.
«Se a queda for significativa começa o problema dos equilíbrios dentro dos mercados para quem faz cobertura do risco, que levam potencialmente a despejar acções no mercado para voltar a reequilibrar a posição em função das quebras, o que acentua ainda mais as quebras», explicou.
Para o presidente do ISEG, «podemos assistir a um abalo muito significativo nos preços e na formação das carteiras, mais na relação do dólar com o euro, o yuan, o franco suíço e a libra britânica».
Depois de a Moody's ter colocado a dívida portuguesa no nível de lixo, o que revoltou muitos portugueses, João Duque lembra que a atitude desta agência de rating norte-americana face aos EUA coloca o «presidente da maior potência económica do mundo» numa situação em que é «enxovalhado na praça pública perante o seu eleitorado».
Este economista lembrou que quem toma esta atitude perante os EUA são as mesmas que se diziam que «estavam em conluio a atacar o euro e a desfazer a Europa», mas que afinal «se calhar tardiamente, mostram que também não poupam, do seu ponto de vista, a classificação dos EUA».