Relatório da sexta avaliação pós-resgate aponta melhoria dos números em 2018 e 2019, mas insiste numa redução mais acelerada da dívida.
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Numa altura em que o desemprego baixa para o melhor nível dos últimos nove anos (8,9% em 2017), o FMI revela ainda mais otimismo do que o Governo. As contas dos técnicos que avaliaram Portugal apontam para um desemprego de 7,8% este ano (face aos 8,6% do executivo) e 7,2% em 2019 (quando o OE2018 ainda prevê 8,5%).
Também em relação à dívida pública, o FMI antevê para este ano uma redução maior do que a prevista pelo governo, para 121,7% em vez dos 123,5% inscritos no OE2018. E para 2019 espera mesmo uma descida até aos 118,4%, concordando com a meta apontada por Mário Centeno depois da apresentação do documento em outubro. O ministro das Finanças tinha referido, em entrevista à Reuters, que se o governo conseguisse colocar a dívida bruta abaixo de 120% do PIB no fim da legislatura "seria um excelente indicador".
A organização internacional insiste, no entanto, que o executivo deve aproveitar o bom momento da economia para acentuar mais a redução e, ainda que acredite numa dívida até aos 108% daqui a cinco anos, garante que esses valores "deixarão Portugal vulnerável a aumentos inesperados das taxas de juro, à redução dos estímulos monetários e abrandamentos económicos".
Em relação ao défice, o FMI tem para este ano a previsão alinhada com o governo em 1,1% do PIB, acreditando numa redução no final da legislatura para 0,9%.
A organização liderada por Christine Lagarde mantém ainda as previsões de crescimento para 2018, de 2,2%, tal como o Governo e a Comissão Europeia, mas para 2019 prevê uma desaceleração para 1,8% (menos uma décima do que Bruxelas e menos duas décimas do que previa em outubro).