Em Barcelos, depois de banho de multidão, o líder do PS mostrou confiança de que governo será posto "na rua". Convidado para discursar, Francisco Assis elogia percurso de Costa sem "suspeita" ou "caso".
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O apelo à mobilização tem sido nota dominante no discurso de António Costa e, de passagem por Barcelos - tal como, tinha sucedido em Guimarães e, em menor escala, em Fafe - o líder do PS foi recebido, por muitos, em clima de festa. Caso raro, na última semana.
Pouco mais de dois minutos tinham passado desde o início do discurso e já o secretário-geral socialista - acompanhado pelo toque do sino do Mosteiro Senhor da Cruz - garantia: "Estamos a uma semana do sino tocar e , ao dar a badalada das sete horas, estarem a encerrar as urnas, com a grande vitória do PS, no próximo domingo".
Discursando no centro da cidade, o líder do PS retomou os apelos à maioria absoluta, com o detalhe de sempre: para dialogar. "Uma maioria de confiança que, sendo uma maioria absoluta, assegure governabilidade em concertação social e em diálogo político, porque essa foi sempre a matriz do PS".
Um diálogo que, tem sublinhado, permitiu ao partido ver chegar às fileiras, ou como independentes, vários nomes provenientes de correntes políticas diversas - lembrando o abraço, horas antes, e o apoio prestado por Freitas do Amaral, um dos fundadores do CDS.
"Um governo que não confia no seu povo, não é um governo que possa merecer a confiança do povo e, o povo vai pô-lo na rua no próximo domingo", afirmou ainda, mantendo o ataque à coligação, que acusa de "radicalismo" e de ter criado um país "crispado" e "dividido". "O povo vai apresentar a conta por tudo o que fizeram nos últimos quatro anos", acrescentou.
António Costa, o insuspeito
"Foi deputado, secretário de Estado, foi três vezes ministro e, ultimamente, presidente da Câmara. E, ao longo destes anos todos, em que desempenhou estas funções, não se lhe associa uma só suspeita, um só caso, uma só interrogação", disse Francisco Assis.
A afirmação, em jeito de aviso, seguiu diretamente para o eleitorado e para todos os que ainda duvidam do Partido Socialista.
Sem se demorar na explicação, após já ter falado em "heranças" que "têm coisas boas e coisas más", o eurodeputado sublinhou que "Costa não surgiu ontem na política", continuando depois o ataque à coligação PSD/CDS-PP.
"Domingo vamos assistir a um edificante espectáculo, com Passos a dizer que a culpa é de Portas e Portas a dizer que a culpa é de Passos", disse.
Virando-se depois para a "esquerda à esquerda" do PS e aos "indecisos", para apelar ao voto útil. "Não tenham medo daqueles que vos querem meter medo e, por outro lado, recusem o aventureirismo inconsequente".
Terminando com um dos temas mais falados da pré-campanha: Podes não perceber muito de cartazes, mas vais ser um grande primeiro-ministro", em referência à polémica dos cartazes socialistas.
António Costa devolveu os elogios e considerou o eurodeputado como "um dos melhores da sua geração".