"Está completamente resolvido." Pires de Lima nega problemas com Cristas e faz campanha com Melo
Pires de Lima teceu duras críticas ao partido, quando Assunção Cristas se juntou à esquerda no Parlamento para votar a questão das carreiras dos professores. Agora, o ex-ministro centrista garante que a situação está "ultrapassada".
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António Pires de Lima, antigo ministro do CDS-PP, garantiu, esta quarta-feira, que as divergências com a líder do partido, Assunção Cristas, estão totalmente ultrapassadas.
Pires de Lima foi uma das vozes mais críticas dentro do partido quando o CDS e o PSD se juntaram aos partidos de esquerda para aprovar, no Parlamento, a proposta para a recuperação integral do tempo de serviço dos professores.
Na altura, o antigo ministro confessou estar "dececionado" com a posição assumida pelo partido, afirmando que "ou se está com os contribuintes, ou se está com Mário Nogueira [líder da Federação da Nacional dos Professores (Fenprof)]".
Assunção Cristas respondeu garantindo que as críticas entre os democratas-cristãos tinham sido fruto de mal-entendidos em torno da posição do partido . A presidente do CDS considerou que existiu uma "desinformação generalizada, uma mentira repetida, com a tentativa de passar a ser verdade", apontando o dedo ao primeiro-ministro, António Costa.
Esta manhã, ao lado de Nuno Melo, numa ação de campanha para eleições europeias, no mercado de Cascais, António Pires de Lima assegurou que o desentendimento ficou para trás.
"Essa situação está ultrapassada. A doutora Assunção Cristas prontificou-se a clarificar a situação nesse mesmo fim de semana. É um tema que está completamente resolvido", declarou Pires de Lima.
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O centrista aproveitou a situação para atacar o PS e puxar a brasa à sardinha do CDS, criticando a polémica das relações familiares no Governo.
"Não se pode apagar da memória dos portugueses aquilo que foi o despautério e a falta de vergonha ao nomear membros de família, não só para o Governo (onde temos pai e filha, marido e mulher - uma situação nunca vista, nem na democracia, nem na ditadura, em Portugal, e que representa um enorme potencial conflito de interesses), mas também uma série de familiares e amigos em tudo aquilo que é a estrutura de outros órgãos de apoio ao Governo", atirou Pires de Lima.
"Essa situação merece um cartão amarelo nestas eleições europeias. E esse cartão amarelo não pode ser dado pelos partidos da esquerda radical, que sempre estiveram a suportar este Governo. Esse cartão amarelo tem de ser dado por quem tem estado no combate, a representar uma alternativa ao Partido Socialista", argumentou.
"Costa está nervoso porque a campanha não lhe corre bem"
Nuno Melo fez uso da manhã no mercado de Cascais para enviar mais críticas a António Costa. O cabeça de lista do CDS às europeias afirmou que Costa está nervoso porque a campanha não lhe está a correr bem.
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"Eu percebo que quem parte alavancado em sondagens achando que as sondagens são urnas e percebe que as coisas não estão a correr bem fique nervoso", atirou.
Nuno Melo garantiu, no entanto, que o CDS perdoará as críticas feitas pelo secretário-geral do PS durante a campanha com "caridade cristã".
"Que tenha uma campanha tranquila, que perceba que há mais vida além da política. Nós perdoamos ao dr. António Costa", disse.