O veículo "sabedoria" vai passar duas semanas a recolher e a analisar amostras do solo lunar.
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Menos de 24 horas depois de se ter tornado o primeiro país a aterrar uma sonda espacial no polo sul da Lua, a Índia já começou a explorar a superfície lunar através de um robô.
Pragyan, que significa "sabedoria", saiu do módulo de aterragem poucas horas depois de ter pousado na Lua. Com seis rodas e movido a energia solar, durante as suas duas semanas de vida, este robô vai percorrer o polo sul lunar, uma região inexplorada e onde haverá grandes quantidades de água gelada, recolher e analisar amostras do solo e transmitir para a Terra imagens e dados científicos.
A primeira imagem captada por um dos instrumentos da sonda espacial indiana, logo após à aterragem na Lua, mostra uma zona relativamente plana.
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A aterragem bem-sucedida da missão "Chandrayaan-3" ocorreu poucos dias depois de a Rússia ter falhado a alunagem da sonda Luna-25 na mesma região da Lua.
Na quarta-feira, assim que a sonda alunou, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, falou num "dia histórico" para o país e num "triunfo para toda a humanidade".
A nave, lançada a 14 de julho, demorou 40 dias na viagem e pousou na Lua na quarta-feira pelas 13h30 (hora de Lisboa).
A alunagem é um feito especial para a Índia, que assistiu em 2019 ao fracasso da missão antecessora, o Chandrayaan-2, que tinha o mesmo objetivo e falhou precisamente na manobra de desaceleração para pousar na superfície lunar.
Quatro anos após uma tentativa falhada, a Índia juntou-se agora ao clube muito restrito das grandes potências espaciais (Estados Unidos, Rússia e China) que chegaram à superfície da Lua.
Em 2014, a Índia tornou-se o primeiro país asiático a colocar uma nave na órbita de Marte e planeia enviar uma sonda em direção ao Sol em setembro. A Organização de Investigação Espacial da Índia deverá lançar uma missão tripulada de três dias à órbita da Terra no próximo ano e quer também, em 2025, lançar uma missão conjunta com o Japão para enviar mais uma sonda à Lua.
A Índia pretende ainda enviar uma missão a Vénus nos próximos dois anos.