Assistir a um debate nas eleições primárias nos EUA não é fácil. É preciso inscrever-se e esperar pela sorte. Mas alguns têm mais sorte que outros.
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Assistir a um debate ao vivo entre os candidatos às eleições primárias norte-americanas não é para todos. É preciso ter um convite especial ou inscrever-se num sorteio para ter um bilhete.
A TSF esteve ontem no local onde se realizou o último confronto republicano, em Miami, antes das primárias de terça-feira em cinco grandes Estados dos EUA. Também ficou à porta, é verdade, mas encontrou um democrata que conseguiu 'infiltrar-se' no meio do 'inimigo'.
Tony Argyz é apoiante confesso de Hillary Clinton e tem ao peito um cartão com um elefante, o símbolo dos republicanos. É esse cartão que lhe permitiu entrar no debate, mas confessa que veio pelo "pelo espetáculo. Vim pelo Donald Trump". "Não apoio nada do que ele diz, mas tem piada vê-lo. É tão rude nas opiniões, tão direto... Parece um reality show'".
Tony tem pouco mais de 20 anos e está impecavelmente vestido como todos os que saem do debate. Ao lado estão dois amigos republicanos que ouvem silenciosamente aquilo que diz quando admite que começa a ser assustador: "Acho que Donald Trump não tem hipóteses de ganhar, mas também não pensava que fosse possível ser o candidato presidencial republicano e está à frente. É assustador ter chegado tão longe".
Do outro lado da rua está um jovem estudante republicano à espera da saída dos candidatos do seu partido. James Curtis dava tudo para ter o cartão que o democrata Tony tem ao peito, mas ficou na lista de espera para ter o bilhete.
Este estudante de Ciência Política teve de ver tudo na televisão e no final do debate foi para a porta da Universidade de Miami, onde se realizou o confronto republicano, "ver os carros dos candidatos a passar". Conseguiu ver o carro de Trump, mas ao final da noite continuava à espera de ver Ted Cruz, o candidato que apoia.
Nesta corrida à nomeação para as candidaturas à Casa Branca levam vantagem Hillary Clinton, pelos Democratas, e Donald Trump, pelos Republicanos.
A próxima terça-feira é decisiva com a ida a votos de cinco grandes Estados: Florida, Illinois, Ohio, Missouri e Carolina do Norte.
A TSF acompanha o ano presidencial nos Estados Unidos no âmbito de uma parceria com a Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.