Num encontro com delegados do Texas, o senador disse que "não podia vir como um cãozinho obediente oferecer apoio a quem destratou a minha mulher e o meu pai". Trump aceita hoje a nomeação.
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No "Q", como é conhecida a Quickens Arena, em Cleveland, ultimam-se os preparativos para a apoteose de Donald Trump, como candidato nomeado para a corrida presidencial.
O recinto começou a ser limpo e preparado, logo de manhã, e o próprio Trump já foi visto a espreitar o palco.
Nos bastidores, as conversas passam ainda todas pela nega de Ted Cruz em apoiar o candidato nomeado pelo Partido Republicano e o imenso coro de vaias que essa atitude lhe mereceu.
Já esta manhã, num encontro com delegados do Texas, Cruz veio dizer que já tinha informado o staff de campanha do candidato que não iria oferecer o apoio, e justificou essa recusa com o facto de Trump ter insultado a mulher e o pai de Cruz, durante a campanha para as primarias.
"Não podia vir como um cãozinho obediente oferecer apoio a quem destratou a minha mulher e o meu pai", disse o senador do Texas.
Ted Cruz foi o sinal visível do descontentamento com a nomeação de Trump, nesta Convenção, que tem primado pelo apoio elogioso ao candidato.
Cleveland, palco de estados de alma e negócio
Lá fora, além do perímetro de segurança, multiplicam-se, pelo centro de Cleveland, manifestações, até agora sem incidentes de maior, apesar de, nalgumas delas, serem ostensivamente mostradas armas (direito que parte dos americanos acreditam estar inscrito na Constituição).
São iniciativas que procuram palco para vários gritos de alma.
Num evento contra Trump, encontrei Carla, com um enorme chapéu amarelo na cabeça, em pose para a fotografia e com um cartaz em defesa do movimento Black Lives Matter, em defesa da comunidade afro-americana.
Carla acredita que Trump "vai perder" e diz que a América "o vai por a andar".
Ao lado outra companheira mostra um cartaz onde cada uma das letras do nome de "TRUMP" é usada para acusá-lo de ser "racista, sem escrúpulos, megalómano", entre outros "mimos".
Pelas ruas de Cleveland, passa também Zebra, nome artístico, ele empurra um carrinho de bebé, com um retrato gigante pintado a preto branco de Donald Trump. Diz que pinta "todos" e que tem também retratos de Hillary Clinton, Bernie Sanders, e outros.
Como não é "nem apoiante, nem crítico" distribui as cópias de borla porque diz receber "doações".
Enquanto empurra o carrinho, avenida fora, vai fazendo concorrência às inúmeras bancas de venda de
pins, bonés, T-shirts e outras recordações com a marca Trump estampada . O negócio, dizem, tem corrido bem.
A TSF acompanha as presidenciais americanas numa parceria com a FLAD