Para Josef Janning, diretor do departamento do Conselho Europeu de Relações Exteriores de Berlim, Merkel e Macron apostam na "continuidade" com o tratado de Aix-la-Chapelle, quando deveriam ter sido definidos objetivos "mais ambiciosos".
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No centro da cidade de Aachen, a polícia assume enfrentar uma "situação de alto risco abstrato, mas nenhuma evidência de ameaças concretas". No local onde Emmanuel Macron e Angela Merkel vão renovar o tratado de Eliseu, os moradores da zona da Câmara Municipal vão ter de identificar-se e várias lojas vão fechar. Quatro manifestações foram convocadas, mas não são esperados elementos dos movimentos dos coletes amarelos.
Em declarações, no sábado, a chanceler alemã, Angela Merkel, realçou que a França e a Alemanha são aliados sólidos, tanto à escala bilateral como multilateral, sendo necessária uma estreita relação para fazer face aos "desafios globais" do meio económico, político e cultural.
Para Josef Janning, diretor do departamento do Conselho Europeu de Relações Exteriores de Berlim, o tratado de Aix-la-Chapelle, documento fundador das relações bilaterais entre a França e a Alemanha, subscritor em 1963 para marcar a reconciliação dos dois países após a II Guerra Mundial fica "não alcança esse propósito".
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"Considero que para dar um novo fôlego à cooperação franco-alemã, teriam de ter sido definidos objetivos mais ambiciosos. Uma das palavras mais utilizada neste acordo é "continuidade", manter o empenho no que foi feito no passado. Portanto, o acordo transmite em muitas páginas a mensagem de que é mais do mesmo, quando deveria ser um recomeço", sublinha o analista político do Conselho Europeu de Relações Exteriores de Berlim.
"Afinal de contas a Europa encontra-se num ambiente internacional de rápida mudança, e mesmo dentro no seu interior, há desafios de coesão de uma magnitude nunca registados nos primeiros 50 anos de integração", acrescenta.
Para Josef Janning, "estas mudanças requerem uma resposta mais profunda e mais vigorosa do que a que foi esboçada no acordo".
O analista político sustenta que, para a Alemanha, "este tratado significa que a França é, e continuará a ser, o parceiro número um, não existe uma alternativa à relação franco-alemã".
"Em Berlim não temos uma grande ideia do que esta relação deve ser, ou do que esta relação deve atingir por si só e pela Europa", admite.
Com este documento os dois países "querem demonstrar que estão juntos e que seguram a Europa juntos".
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