Uma história de família, que vai já na terceira geração, ilustra o projeto vitivinícola Alva Magna, em plena região do Dão.
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No seu curso montanhoso, o rio Alva, de águas frias e pressurosas, atravessa os concelhos de Tábua e de Oliveira do Hospital, antes de abraçar o Mondego.
É nesta sub-região do Dão, designada por Alva, que está situada a Quinta do Vale do Cesto, onde vinhas centenárias, plantadas em solo granítico, a uma altitude que varia entre 450 a 600 metros, constituíam um valioso património. Empresário do ramo das carnes e proprietário da salsicharia Serra d" Alva, em Oliveira do Hospital, produtora há mais de três décadas de enchidos em particular de afamados presuntos, António Figueiredo decidiu, em 2014, encetar com muito entusiasmo um projeto vitivinícola mais ambicioso tendo por base as vinhas antigas pertencentes ao pai.
A renovação e ampliação da área de vinha, respeitando as características locais, em termos de solo e de castas clássicas do Dão, cujas uvas permitem a produção de vinhos aromáticos, elegantes e de grande frescura, foi a aposta.
Os 15 hectares de vinha, onde convivem cepas centenárias e outras mais recentes, dividem-se pelas quintas do Vale do Cesto, Passal e Santo António situadas num raio de uma dezena de quilómetros, e permitem contar a história local e da região em vinhos de quatro marcas: Vale do Cesto, Serra d"Alva, Muros Vadios e Alva Magna.
Uma gama vasta
O portefólio Alva Magna é vasto, com cinco referências de branco, igual número de tintos e um rosé, todas com assinatura do enólogo António Pina.
O DOC Branco, produzido com uvas das castas Malvasia Fina, Cerceal e Bical, distingue-se pela grande frescura, com notas de frutas tropicais e cítricas.
Com estágio só em cubas de inox durante seis meses, o Premium Branco, mais mineral e algo cremoso, é produzido, com Encruzado (40%), Malvasia fina (40%), Bical e Fernão Pires, com 10% de ambas,
As uvas de vinhas com mais de 100 anos, de castas autóctones do Dão, com fermentação em inox e barricas novas de carvalho francês, foram utilizadas na produção do Reserva Branco, um vinho encorpado, com notas cítricas e um ligeiro toque de madeira.
Muito gastronómico, com seis meses de estágio em barricas de carvalho francês e mais 12 meses em inox, o Reserva Branco de Curtimenta, encorpado e com boa estrutura, apresenta aroma intenso, grande acidez e complexidade.
O Grande Reserva Encruzado Branco, produzido com uvas de vinhas velhas da região, distingue-se pelo aroma elegante e mineralidade.
Com boa aptidão gastronómica e fruta bem presente, o DOC Rosé, produzido com Touriga Nacional (60%) e Tinta Roriz (40%) tem um final seco e persistente.
As castas Tinta Roriz (60%), Touriga Nacional (20%) e Alfrocheiro (20%) foram utilizadas na produção do DOC Tinto, com um perfil típico do Dão.
A cor rubi, algo intensa, caracteriza o Premium Tinto de aroma frutado, com notas de amora e taninos fortes.
Um vinho macio e polido, assim podemos definir o Reserva Tinto, elaborado com Touriga Nacional (40%), Tinta Pinheira (40%), Jaen (10%) e Alfrocheiros (10%9 de vinhas centenárias.
Equilibrado, harmonioso e persistente: o Touriga Nacional Grande Reserva Tinto expressa frescura e notas de fruta preta.
Outro monocasta - Alfrocheiro Grande Reserva Tinto - distingue-se pelo volume e persistência na boca, revelando cuidadoso trabalho de vinificação em lagares de granito (14 dias) , cubas de inox (seis meses) e barricas usadas de carvalho francês (12 meses).
O amplo leque de referências Alva Magna, produzidas com elogiável respeito pelas castas e caraterísticas da região do Dão, define da melhor maneira os contornos de um projeto traçado em Oliveira do Hospital, a olhar a Estrela, com muito entusiasmo e qualidade.