O líder da Ruptura/FER, Gil Garcia, considerou o discurso de Francisco Louçã, na abertura da VII Convenção do BE, positivo, mas insuficiente para fazer subir o partido nas sondagens.
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Numa altura em que o Bloco desce nas sondagens, Gil Garcia, que representa cerca de 12 por cento dos 500 deputados, disse que o discurso do coordenador do partido foi «positivo» e «empolgante» e «uma tentativa séria de o BE tentar recuperar nas sondagens.
Porém, continuou, «talvez não seja o suficiente para fazer subir o BE nas sondagens».
Para esta voz crítica do Bloco, o problema é que a imagem do partido «marcada na consciência dos portugueses no último ano e meio é de aproximação» ao PS, muito por culpa do apoio dado ao socialista Manuel Alegre nas últimas presidenciais.
Actualmente, o partido tenta «descolar-se» dessa imagem, «mas creio que vai ser difícil», confessou.
Para Gil Garcia, o partido «cometeu um erro estratégico ao ter votado em Alegre», porque dessa forma «contribuiu involuntariamente» para crescer a ideia do «voto útil» no PS.
Para este bloquista, o partido devia ter partido para as eleições legislativas antecipadas de 5 de Junho aliado ao PCP.
Os dois partidos de esquerda, considerou, «satisfazem-se em fazer um discurso de retórica de oposição ao Governo, o que lhes dá deputados, e não de procurar uma solução construtiva, quer de um governo alternativo, quer de medidas que travem a política» que o governo Sócrates e que o PSD/CDS querem implementar.