O presidente do PSD reiterou que «não é da normalidade democrática confiar num governo que leva o país à bancarrota», mas acrescentou que nunca disse que a democracia estava «em risco».
Corpo do artigo
Durante uma arruada em Espinho, Pedro Passos Coelho foi questionado sobre o sentido das suas declarações feitas terça-feira à noite sobre a «normalidade democrática» e respondeu: «Não é da normalidade democrática confiar num governo que leva o país à bancarrota. Não é normal os portugueses escolherem governantes e confiarem neles e que eles ocultem e iludam aquilo que se passa».
O presidente do PSD considerou que «isso não é uma circunstância normal» e que foi o que disse na terça-feira à noite em Coimbra.
«Nós temos de voltar a trazer o país para a normalidade, em que as pessoas saibam o que se passa, possam ter confiança nos seus governantes, acreditar que as instituições não estão a tentar salvar a sua pele, mas estão a tentar fazer o melhor pelo país», acrescentou.
À pergunta sobre se a democracia está em risco, Passos Coelho respondeu com uma questão: «Mas quem é que disse que a democracia estava em risco?». «Já me está a fazer uma pergunta sobre coisas que eu não disse», acrescentou.
Na terça-feira à noite, Passos Coelho afirmou que «as pessoas hoje têm muitas razões para não aceitarem de forma complacente aquilo que se passou», porque «em muito pouco tempo o país percebeu» que tinha vivido «durante demasiado tempo numa grande ilusão e numa grande mentira».
Durante um jantar-comício, em Coimbra, o líder do PSD começou por declarar: «Pensou o país que a democracia funcionava e que, por essa razão, nós podíamos ter em Portugal um sistema de normalidade democrática. E durante muito tempo os governantes esforçaram-se para que o país pensasse que essa normalidade existia».
Esta arruada em Espinho foi das mais complicadas na campanha, já que eram muitos os militantes ferrenhos a querer cumprimentar o líder do PSD. Houve quem galgasse bancos e até puxasse o cabelo a Passos Coelho para saudar o presidente do maior partido da oposição.
A passagem por Espinho foi mais demorada do que era suposto e acabou por ser muito barulhenta, com técnicos da JSD a gritarem de um lado e batuques de uma escola de samba a fazerem-se ouvir do outro, para além de buzinadelas de quem ficou retido no trânsito.