José Sócrates lembrou ao líder do PSD que quem escolhe o Governo são os portugueses e considerou «absurda» a ideia de que Portugal não será capaz de cumprir o acordo com a "troika".
Corpo do artigo
O secretário-geral socialista condenou esta manhã, no início de uma acção de rua em Torres Novas, Pedro Passos Coelho por ter sugerido que a "troika" deseja uma mudança de governo.
José Sócrates aproveitou para lembrar ao líder do PSD que quem escolhe o governo são os portugueses, acrescentando que as palavras de Passos Coelho constituem, por isso, uma falta de respeito.
«Parece que ontem o líder do PSD se lembrou de sugerir que a "troika" votaria no PSD. Pois esta é a altura de lembrar o PSD que quem escolhe os governos em Portugal é o povo e o povo ainda não falou», sublinhou.
«Mas este deslize do líder do PSD vem confirmar tudo: que estaria pronto a governar com o FMI, que desejava uma aliança com o FMI e que sempre teve a intenção de que Portugal deveria pedir ajuda externa», criticou José Sócrates.
Quanto à notícia de que a UE e o FMI estavam apreensivos em relação à capacidade de Portugal em cumprir os prazos do acordo de ajuda externa, informação desmentida esta manhã na TSF pelo porta-voz do comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, José Sócrates classificou de «ideia absurda».
«O alto comissário vai ser escolhido no dia 5 e é o Governo português. Não há nenhum alto comissário, nem nenhum técnico que resolva aquilo que é político. Acho essa ideia completamente absurda e foi aliás já desmentida pela Comissão [Europeia]», frisou José Sócrates.