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A Alemanha condenou "veementemente" o "teste de mísseis balísticos" anunciado na terça-feira pela Coreia do Norte, tendo o Ministério dos Negócios Estrangeiros considerado tratar-se de uma "ameaça à estabilidade e segurança regional e internacional".
"Os repetidos testes" registados nas últimas semanas "aumentam as tensões políticas de maneira irresponsável", acrescentou o ministério.
A Coreia do Norte anunciou na terça-feira, através da imprensa estatal, ter testado com sucesso um "novo tipo" de míssil balístico disparado a partir de um submarino, adiantando que a arma estava equipada com "muitas tecnologias avançadas de controlo e orientação".
De acordo com a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, o projétil foi disparado do mesmo submarino que o país usou no primeiro teste estratégico de mísseis balísticos há cinco anos.
Também as forças armadas sul-coreanas afirmaram que a Coreia do Norte tinha disparado um míssil balístico, sublinhando ter-se tratado de mais um episódio numa série de testes iniciada há algumas semanas.
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Luís Tomé, professor de Relações Internacionais da Universidade Autónoma, destaca a escalada da tensão na península coreana
Este teste pode constituir um avanço tecnológico considerável num momento em que as duas Coreias, ainda tecnicamente em guerra, parecem estar numa corrida armamentista e em que o diálogo Washington-Pyongyang está paralisado.
O disparo do míssil a partir de um submarino, se se confirmar, significa que a Coreia do Norte -- país equipado com armas nucleares - tem capacidade de atacar quer a partir de silos quer de veículos terrestres.
O Conselho de Segurança da ONU tem agendada para esta quarta-feira uma reunião de emergência, à porta fechada, a pedido do Reino Unido e dos Estados Unidos, disseram diplomatas citados pela agência francesa de notícias AFP.
O especialista na região Ásia-Pacifico lembra que a Coreia do Norte é imprevisível, daí a importância deste teste
"A Coreia do Norte está a violar novamente as suas obrigações relativas a resoluções do Conselho de Segurança", sublinhou, esta quarta-feira, a Alemanha, que pede a Pyongyang "que aceite a oferta negocial apresentada pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul".
A Alemanha reiterou ainda a exigência de "cancelamento completo e irreversível" do programa de desenvolvimento de mísseis balísticos da Coreia do Norte.
A Casa Branca também referiu que o novo ensaio constitui uma ameaça que reforça a "necessidade urgente" de diálogo com Pyongyang, mas também o seu "compromisso inabalável" de ajudar a defender a Coreia do Sul e o Japão.
Dotada de armas nucleares, a Coreia do Norte tem efetuado recentemente vários testes de armamento, nomeadamente com um míssil de longo alcance, disparado a partir de um comboio, e com um míssil que Pyongyang identificou como hipersónico.
Sob a liderança de Kim Jong-un, o país reforçou o arsenal militar e efetuou vários progressos, apesar das sanções internacionais em vigor devido aos programas de armamento nuclear e de mísseis balísticos.
Na semana passada, o dirigente norte-coreano responsabilizou os Estados Unidos pela tensão na península coreana e afirmou que Washington é a "causa profunda" da instabilidade na região.