A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou hoje a adopção de novas medidas para combater a instabilidade das economias da Zona Euro, garantindo que a crise não é da moeda única mas sim da dívida.
Corpo do artigo
A única forma de combater a crise pela qual a Europa atravessa é chegando «à raiz do problema» e pondo em ordem as finanças públicas e as economias dos países afectados, disse num discurso a propósito do Dia da Indústria Alemã.
«Não estamos disponíveis» para novas iniciativas nesse sentido, afirmou na cerimónia onde estavam presentes vários empresários alemães e o primeiro-ministro grego.
A chanceler lamentou que não se tenha conseguido fazer regulação «suficiente» no sector bancário e nos mercados e deu como exemplo a Espanha ao defender a inclusão de um limite ao endividamento nas Constituições dos países da UE.
Reiterando a sua oposição a novos estímulos para combater a desaceleração na economia global, Angela Merkel considera «uma má ideia combater a dívida com novas dívidas».
Os Estados Unidos têm apelado repetidamente aos europeus para que estimulem as suas economias, mas a Alemanha tem rejeitado a ideia, destacando antes necessidade de corrigir as finanças públicas.
Os grandes défices e dívidas de alguns países da zona euro - como a Grécia, a Irlanda e Portugal - mas também dos Estados Unidos estão na base da crise atual, o que a chanceler considerou ser uma «terceira fase», depois da crise financeira e da crise económica, que começou em 2008.