João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que é o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.
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Sem querer ser redundante, a boa nova de hoje é a confirmação da efemeridade do temporário. A semana começa assinalando que o número de doentes infetados continua a diminuir consistentemente.
A feliz consequência é a da que Wuhan está a desativar quase todos os hospitais temporários.
Desde que o surto do novo coronavírus começou, a cidade transformou diversos edifícios públicos, tais como pavilhões desportivos e centros de congresso e exibições em hospitais de campanha para tratarem pacientes com sintomas leves.
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O papel destes ambulatórios foi importantíssimo pois evitou que os hospitais, dedicados a tratar doentes mais graves não fossem sobrecarregados.
No início de fevereiro passado foram criados 14 hospitais deste tipo. Montaram-se a partir quase do zero e em poucos dias. Quinze equipas médicas vindas de toda a China trataram e acompanharam os doentes lá internados. E foram cerca de 12 mil os acolhidos nestas instalações desde 5 de fevereiro. Não foi registada qualquer morte.
Agora que a taxa de recuperação de casos infetados é superior a 70% e que o número de novos casos é quase residual, 11 dos 14 hospitais foram oficialmente encerrados.
Como medida preventiva vão ainda manter-se em funcionamento 3 hospitais, onde há cerca de cem pacientes a ser acompanhados.
As expectativas à data de hoje é de que já não haverá nenhum caso no final deste mês de março. Esperemos que o mundo possa testemunhar, num tempo mais rápido do que a sua propagação, o desaparecimento deste surto.
João Pedrosa em Wuhan (9 de março de 2020)
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