Adesão da Ucrânia à UE: "A última coisa que o povo ucraniano merece é frustração"
O primeiro-ministro, António Costa, acredita que é possível integrar a Ucrânia na UE sem dividir os estados-membros, sugerindo o acesso imediato ao mercado europeu.
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O primeiro-ministro, António Costa, acredita que podem ser ultrapassadas as dificuldades para que a Finlândia e a Suécia possam ser membros de pleno direito da NATO. Numa reunião entre alguns membros da Aliança Atlântica, realizada em Haia, nos Países Baixos, António Costa refere que a próxima cimeira em Madrid pode ser um passo importante no processo de adesão dos países escandinavos.
"Se até a cimeira de Madrid, se puderem ultrapassar as razões que levam a Turquia a bloquear a entrada da Finlândia e da Suécia, ótimo, porque acho seria uma grande mensagem de força. Não só a NATO se mantém unida como se fortalece com adesão de dois novos estados-membros", referiu aos jornalistas António Costa.
Sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia, o chefe do executivo português lembra as divergências entre os estados-membros e defende que o povo ucraniano não precisa de frustrações, dando o exemplo dos países dos Balcãs ocidentais.
"Se forem a vários dos países dos Balcãs ocidentais, que há anos já foram admitidos como candidatos, que ano após ano, veem que não se abrem as negociações ou que as negociações estão abertas ou congeladas ou que nunca mais chega a resultado, isso vai acumulando frustrações. Ora, a última coisa que o povo ucraniano merece é frustração", disse.
Para já, Costa explica a importância de integrar a Ucrânia num mercado financeiro europeu. "É muito importante para um país que está em guerra, que precisa de apoio económico, poder-se integrar num mercado com a dimensão do mercado europeu. Há muita coisa que pode ser feita sem dividir a União Europeia", sublinhou.
"Em vez de nos dividirmos em torno de questões jurídicas, em questões legais, é melhor reforçar a nossa unidade em respostas concretas para aquilo que os ucranianos e a Ucrânia precisa hoje e é aí que nos devemos concentrar", disse.