Não digam "não" ao "sonho": Associação de Ucranianos em Portugal manifesta-se por adesão à UE
Associação de Ucranianos em Portugal vai manifestar-se junto à embaixada dos Países Baixos e da Dinamarca em Portugal.
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O presidente da Associação de Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, admite que esperava um apoio mais forte de Portugal à candidatura da Ucrânia à União Europeia.
O responsável diz ter ficado preocupado com as declarações de António Costa na entrevista publicada esta terça-feira no Financial Times, quando o primeiro-ministro afirma que "o mais importante não são debates legais sobre a Ucrânia, mas apresentar algo prático", pelo que a prioridade é "responder à emergência que a Ucrânia e o povo ucraniano estão a viver agora".
É preciso "dar certezas ao povo ucraniano de que aquela luta que estão a fazer é para o futuro de todos os países europeus", defende Pavlo Sadokha. "Precisamos que o Governo de Portugal dê mais certezas aos ucranianos de que tudo o que acontece agora, todo o sofrimento, não é para ficarem isolados outra vez como foi nos séculos passados."
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Esta quarta-feira a Associação de Ucranianos em Portugal vai manifestar-se junto à embaixada dos Países Baixos, protesto que se repete na sexta-feira, em frente à embaixada da Dinamarca, já que ambos os países têm manifestado resistência à candidatura da Ucrânia à União Europeia.
"Mais de seis milhões de refugiados estão a pedir aos Governos que não digam "não" ao sonho de todos os ucranianos de se juntar à União Europeia como país independente."
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Ainda esta terça-feira, o primeiro-ministro voltou a advertir para os riscos de se criar "falsas expectativas" à Ucrânia com a questão da adesão à União Europeia, dando como exemplo o "efeito ricochete" da "frustração" nos Balcãs Ocidentais.
Em declarações à imprensa após ter participado, em Haia, num jantar de trabalho informal de alguns chefes de Estado e de Governo europeus com o secretário-geral da NATO, António Costa voltou a defender que aquilo que a Ucrânia mais precisa agora é de respostas imediatas e práticas, e não de questões legais e jurídicas relacionadas com o processo de adesão ao bloco europeu, necessariamente moroso, o que pode criar frustração.
"É preciso ter cuidado em evitar criar falsas expectativas, porque estas frustrações têm um efeito ricochete muito duro sobre a União Europeia. Hoje, o apoio à UE em muitos dos países dos Balcãs Ocidentais já é muito inferior ao que era, fruto desta frustração", salientou.