Em Aceh, a reconstrução foi considerada um sucesso, mas ainda há várias lições para aprender, como testemunhou a TSF. Um português, que estuda segurança turística em Aceh, mostra-se preocupado.
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Em Aceh, quase todos têm uma história pessoal ligada ao tsunami para contar. Nas praias paradisíacas, vêem-se sobretudo turistas. Muitos habitantes encaram agora o mar com um trauma. Um estudo mostrou que 25 por cento da população das áreas mais afetadas assistiu à partida ou à tentativa de sobrevivência de familiares ou amigos.
Porém, dez anos depois, é possível ver várias casas de trabalhadores que dependem do mar junto à costa, numa zona que deveria servir de tampão em caso de novos tsunamis.
Nas zonas mais vulneráveis, há indicações de rotas de evacuação. Foram também instaladas seis sirenes e quatro edifícios de refugio em caso de desastre, estando previstos mais dois para breve.
Também a formação de como reagir em caso de desastre naturais não chegou a todos. Terramotos recentes mostraram que a população ainda entra em pânico e não se desloca para locais seguros.
Luís Mota, que está a fazer um pós-doutoramento sobre segurança turística dez anos após-tsunami, na Universidade de Syiah Kuala, em Banda Aceh, mostra-se preocupado.
O português, doutorado pela Universidade de Santiago de Compostela, que está a fazer "Erasmus Mundus", com uma bolsa Experts4Asia, lembra que em 2008 foi lançado um documento nacional para a segurança do setor turístico apenas de Bali.
Só em outubro é que as autoridades iniciaram um simulacro mensal para ensinar a comunidade.
Aceh encontra-se numa zona de forte atividade sísmica, daí que o terramoto e o tsunami de 2004 sejam difíceis de esquecer.