Acusações são "insulto" aos EUA. Trump diz que "único crime" que cometeu foi "defender" o país
O antigo Presidente norte-americano considera que as acusações de que é alvo são uma "perseguição" e não uma "investigação". Trump considerou que está a ser alvo de uma investigação fraudulenta.
Corpo do artigo
Donald Trump classificou o seu indiciamento como um "insulto ao país". Nas primeiras declarações depois de ter sido presente a tribunal, o ex-presidente dos Estados Unidos considerou que está a ser alvo de uma investigação fraudulenta.
Trump foi acusado de 34 crimes, entre eles o de encobrir vários escândalos pessoais, nomeadamente, a compra do silêncio a uma atriz de filmes pornográficos com quem teve um caso. Os cerca de 150 mil euros foram pagos com dinheiro da campanha de 2016 e contabilizado como despesa.
Em Mar-a-Lago, na Florida, Trump garantiu que o único crime que cometeu foi defender os Estados Unidos.
"Nunca pensei que algo assim acontecesse nos Estados Unidos da América. O único crime que cometi foi defender o nosso país, sem medo daqueles que o querem destruir", disse. "É um insulto ao nosso país", sublinhou.
O antigo Presidente retomou, desta forma, a sua campanha eleitoral, defendendo que os escândalos jurídicos não vão impedi-lo de voltar à Casa Branca.
TSF\audio\2023\04\noticias\05\ricardo_alexandre_comentario_trump
Num discurso de 20 minutos, Trump afirmou que foi vítima de "ingerência eleitoral maciça" e apelidou os procuradores que o investigam de "esquerdistas radicais".
Donald Trump disse ainda que este caso é uma "perseguição judicial", porque "não existe qualquer caso".
"Isto é uma perseguição, e não uma investigação. Ela pôs a nossa família num verdadeiro inferno. Custa centenas de milhões de dólares para defender, mas as nossas cabeças continuam muito elevadas. Propuseram um acordo, mas eu não quero nada disso. Portanto, cá estamos nós, agora perante uma falhada procuradora local do Ministério Público, a acusar um antigo presidente dos Estados Unidos, pela primeira vez na história, e com todos os juristas e analistas a considerarem que não existe caso nenhum", sublinhou.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump compareceu na terça-feira no tribunal criminal de Manhattan, onde se declarou inocente de 34 acusações de falsificação de registos comerciais, de acordo com diversos órgãos de comunicação social.
A alegação de inocência foi feita durante a breve sessão no tribunal nova-iorquino que durou cerca de 40 minutos e onde os procuradores expuseram a acusação do grande júri visando o ex-presidente e empresário.
As acusações estão ligadas ao caso de um alegado pagamento de suborno a uma ex-atriz pornográfica, Stormy Daniels, que terá servido para comprar o seu silêncio sobre um caso extraconjugal, antes da campanha eleitoral das presidenciais de 2016.
A audiência foi histórica, pois o magnata republicano torna-se o primeiro ex-chefe de Estado norte-americano a comparecer perante um juiz e sob acusação judicial, e pode seguir para julgamento, mesmo que o acusado faça todos os possíveis para evitar esse cenário.
Trump, com 76 anos e já candidato anunciado à corrida à Casa Branca pelos Republicanos, tem criticado nas redes sociais o processo, que está a dividir e a abalar os Estados Unidos.
O bilionário alega a sua inocência e afirma ser vítima de uma "caça às bruxas" orquestrada pelos democratas do Presidente Joe Biden, que também acusa de terem "roubado" a sua vitória nas eleições presidenciais de 2020.